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ONU apoia sociedade civil da Guiné-Bissau na supervisão de reformas

Casa dos Direitos, em Bissau Velha
ONU News/Alexandre Soares
Casa dos Direitos, em Bissau Velha

ONU apoia sociedade civil da Guiné-Bissau na supervisão de reformas

Assuntos da ONU

Organizações que acompanharam acordo de Conacri e Pacto de Estabilidade passam a monitorar reformas; Assembleia Constituinte da Rede de monitorização das políticas públicas foi realizada esta sexta-feira em Bissau. *

O Escritório das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Uniogbis, apoia a criação da Rede das Organizações da Sociedade Civil para a Monitorização das políticas públicas  

O Escritório Integrado da ONU para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau, Uniogbis, foi estabelecido em 1999 e vai ser encerrado no final de 2020
O Escritório Integrado da ONU para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau, Uniogbis, foi estabelecido em 1999 e deve ser encerrado no final de 2020. Foto: ONU News/Alexandre Soares

Idealização 

A rede apoiada pelo Fundo para a Consolidação da Paz e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, pretende criar uma plataforma de compromisso. A ideia é facilitar a implementação das reformas necessárias e servir de mecanismo de seguimento ao processo.  

Falando na Assembleia Constituinte da Rede, a coordenadora do Fundo das Nações Unidas para a Consolidação da Paz, Janet Murdoch, mais importante que a inclusão é que o projeto corresponda às expectativas. 

“ Que existam capacidades internas para o diálogo, concertação, criação de consensos, elaboração das políticas publicas para que as pessoas sintam que aquilo representa suas aspirações. Fico muito alegre porque vocês pegaram o miolo da coisa e conseguiram estender e visualizar como pode ser feito na pratica”. 

Base legal 

A Rede deve relatar sobre ações anuais, fazer recomendações e alertar a opinião pública nacional e internacional dos factos e percepções contrárias a esse processo através de promoção de debates, workshops e conferências. 

Para o diretor executivo da ONG Tiniguena, Miguel de Barros, a nomeação de um novo governo facilitaria a execução do projeto, tendo em conta a continuidade do período eleitoral e od efeitos da instabilidade da legislatura anterior.  

O sociólogo guineense destacou a legitimidade do pretendido acompanhamento das reformas e políticas públicas, a partir do acordo de Conacri, assinado por todos os atores sociais e políticos em setembro de 2016.  

“Estas reformas veem decalcadas nos programas de todos os partidos que concorreram as últimas eleições. Mas há uma legitimidade muito forte que é a vontade expressa pela população, reconhecida por todos os atores políticos, inclusive a comunidade internacional, de que tem que haver uma boa governação”.  

Mulher de Bissau em vésperas das eleições legislativas de 10 de março.
Alexandre Soares
Mulher de Bissau em vésperas das eleições legislativas de 10 de março.

Contexto 

 A ideia de criação da Rede partiu das organizações que trabalharam no Pacto de Estabilidade sociopolítica de fevereiro último. Estes grupos consideram prioritárias as reformas do Estado, constitucional e dos sectores da justiça, defesa e segurança.  

A Assembleia Constituinte acontece menos de uma semana depois da investidura do novos deputados que elegeram os membros da mesa, mas reprovaram a candidatura dk partido mais votado para o cargo de segundo vice-presidente conforme o regimento. 

Ao invés de avançar com outra figura, o partido amntém o nome do seu líder, prometendo intentar uma ação judicial, pedindo a nulidade de todo o processo de constituição da mesa da Assembleia Nacional Popular.        .

*Amatijane Candé de Bissau para a ONU News.   

Rede vai facilitar a implementação das reformas necessárias na Guiné-Bissau