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ONU promove parcerias para construir infraestruturas resilientes em Moçambique

País africano é um dos mais vulneráveis às alterações climáticas
Foto: Unhcr/Zinyange Auntony
País africano é um dos mais vulneráveis às alterações climáticas

ONU promove parcerias para construir infraestruturas resilientes em Moçambique

Clima e Meio Ambiente

Diretora executiva da ONU-Habitat visitou o país explicou importância do investimento no combate às alterações climáticas em entrevista ao país; 240 mil casas foram destruídas devido ao ciclone Idai.

A diretora executiva do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, ONU-Habitat, Maimunah Mohd Sharif’s, destacou a importância do investimento em infraestruturas resilientes após visita recente a Moçambique.

A subsecretária-geral expressou a sua solidariedade às vítimas do ciclone Idai e à população moçambicana.

Investimento

Segundo os organizadores, a data se tornou uma ocasião para festejar o progresso, refletir sobre caminhos e desafios e como promover a profissão.
A construção de escolas resilientes, a preparação de estudantes e professores para lidar com eventos climáticos extremos e a integração de conteúdos sobre as alterações climáticas nos programas escolares foram algumas das questões abordadas.© Unicef/UN0299182/Oatway

Em entrevista à ONU News, em Maputo, a responsável sublinhou que investir na redução de risco de desastres é uma condição fundamental para o futuro sustentável de desenvolvimento, integrando a redução do risco de desastres no planeamento, nas políticas, nos orçamentos e em investimento.

Na opinião de Sharif’s, a construção de infraestruturas resilientes às mudanças climáticas é a forma mais eficaz de reduzir os riscos no futuro. A representante lembrou que é um investimento que também gera postos de trabalho.

A ONU-Habitat garante estar a trabalhar em parceria com as todas as agências da ONU, com o Governo de Moçambique, a todos os níveis, e também com os doadores para capacitar o país a estar mais preparado a ser mais resiliente a episódios climáticos severos.

Autoridades Moçambicanas

Sharif’s lembrou que 60% do território moçambicano está exposto a cheias e, por isso, são necessárias ferramentas para mitigar os seus efeitos.
Sharif’s lembrou que 60% do território moçambicano está exposto a cheias e, por isso, são necessárias ferramentas para mitigar os seus efeitos.Unicef/Prinsloo

A representante reuniu com o presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, com quem discutiu a implementação da Agenda 2030 e respetivos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Outro tema abordado foi a parceria que será desenvolvida com o governo do país para abordar a questão dos assentamentos informais e da mobilidade interna a médio e longo prazo.

A ONU-Habitat considera que é necessário apostar no planeamento urbanístico nas zonas metropolitanas, nomeadamente de Maputo e da Beira, numa altura em que a urbanização irá continuar nos próximos anos.

Sharif’s encontrou-se também com a ministra da Educação, Conceita Sortane, para debater o papel do ministério no combate às mudanças climáticas. A construção de escolas resilientes, a preparação de estudantes e professores para lidar com eventos climáticos extremos e a integração de conteúdos sobre as alterações climáticas nos programas escolares foram algumas das questões abordadas.

Plano de Ação

Durante a sua visita às cidades da Beira e Dondo, a diretora-executiva da ONU-Habitat esteve também com os líderes municipais para analisar como a agência, através do seu conhecimento e experiência, irá ajudar na melhoria da qualidade das infraestruturas.

Para tal, será elaborado um plano de ação com todas as entidades envolvidas, incluindo agências da ONU, autoridades locais e doadores.

Sharif’s lembrou que 60% do território moçambicano está exposto a cheias e, por isso, são necessárias ferramentas para mitigar os seus efeitos.

Um mês e meio depois do ciclone Idai ter devastado partes do país, as necessidades no país continuam a ser significativas. Segundo o Escritório da das Nações Unidas de Assistência Humanitária, Ocha, 240 mil casas foram destruídas e mais de 1 milhão de crianças continuam a necessitar ajuda humanitária.