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Brasileira vence Prêmio de Defensora Militar do Gênero das Nações Unidas BR

Márcia Braga, que atuou como assessora de proteção e gênero na missão africana, conhece a situação de mulheres, vítimas da violência em conflitos e guerras, de perto
Minusca/Hervé Serefio
Márcia Braga, que atuou como assessora de proteção e gênero na missão africana, conhece a situação de mulheres, vítimas da violência em conflitos e guerras, de perto

Brasileira vence Prêmio de Defensora Militar do Gênero das Nações Unidas

Mulheres

Márcia Andrade Braga tem título de capitão de corveta e serve na Missão da ONU na República Centro-Africana; organização elogia “excelente exemplo” de atuação feminina na manutenção da paz.

A capitão de corveta brasileira Márcia Andrade Braga é a vencedora do Prêmio de Defensora Militar do Gênero das Nações Unidas. A boina-azul serve na Missão da ONU na República Centro-Africana, Minusca, desde 2018.

A oficial da marinha receberá o prêmio  esta sexta-feira das mãos do secretário-geral da ONU, António Guterres, em reunião Ministerial de Manutenção de Paz de 2019 que acontecerá na sede da ONU em Nova Iorque.

Resolução

Centro brasileiro deve formar altos oficiais nacionais e de países que contribuem com tropas para a ONU.
Márcia Andrade Braga foi professora e também ajudou a treinar e a aumentar a consciência dos seus colegas boinas-azuis sobre a dinâmica de gênero na operação de paz, by Minusca/Hervé Serefio

A homenagem criada em 2016, reconhece a dedicação e os esforços individuais de um soldado de paz para “promover os princípios da Resolução de Segurança da ONU 1325 sobre mulheres, paz e segurança”.

Ao saber do prêmio, Braga disse estar muito orgulhosa por sua seleção e que “missões da ONU precisam de mais mulheres para manter a paz, para que as mulheres locais possam falar mais livremente de questões que afetam suas vidas”.

Para o subsecretário-geral do Departamento de Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix,  Márcia Andrade Braga “é um excelente exemplo” da razão porque a organização precisa de mais mulheres na manutenção da paz.

Lacroix destaca que essa tarefa “funciona de forma eficaz quando as mulheres desempenham papéis significativos e quando as mulheres nas comunidades anfitriãs estão diretamente envolvidas. ”

Como conselheira militar de Gênero na Minusca, a capitão de corveta ajudou a criar uma rede de conselheiros de gênero e a capacitar pontos focais entre as unidades militares.

Necessidades

A ganhadora do prêmio também promoveu o uso de equipes mistas de homens e mulheres para realizar patrulhas no país que “reuniram informações para ajudar a entender as necessidades exclusivas de proteção” de pessoas de todos os gêneros.

Os beneficiários ajudaram a desenvolver projetos comunitários em prol de comunidades vulneráveis, que incluem a instalação de bombas de água perto de aldeias, a iluminação com energia solar e o desenvolvimento de hortas comunitárias. Um dos objetivos era que as mulheres não tivessem que percorrer grandes distâncias para cuidar das plantações.

Para a ONU, Braga também é “uma força motriz por trás do envolvimento da liderança da missão com mulheres líderes locais, assegurando que a voz de mulheres centro-africanas seja ouvida no processo de paz em curso”.

Márcia Andrade Braga  foi professora e também ajudou a treinar e a aumentar a  consciência dos seus colegas boinas-azuis  sobre a dinâmica de gênero na operação de paz.

Veja abaixo a entrevista exclusiva que  ONU News fez com a militar brasileira:

 Márcia Andrade Braga foi a vencedora do Prêmio de Defensora Militar do Gênero das Nações Unidas
Reprodução
Márcia Andrade Braga foi a vencedora do Prêmio de Defensora Militar do Gênero das Nações Unidas